CARROSSEL

sábado, 10 de setembro de 2011

Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo








Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

Conceito de Modernidade

Maurice de Vlaminck, Tugboat on the Seine, Chatou, 1906, National Gallery of Art, Washington, Collection of Mr. and Mrs. John Hay Whitney 1998.

O surgimento da categoria modernidade como processo histórico-social, tem inicio no mundo ocidental a partir do século XVIII. A propagação das idéias iluministas, como o uso da razão e a emancipação do homem em relação às leis divinas, foram fatores representativos que ilustraram e caracteriza esse período. Não existe consenso entre os historiadores em relação à demarcação do inicio da modernidade, alguns afirmam que desde a expansão marítima, a Europa de certa forma, já estava dentro dela.
A ruptura para com os valores arcaicos, também é outra característica da modernidade, tudo aquilo que era tradicionalmente inquestionável, passa a ser plausível de discussão, ou seja, no começo da modernidade, a razão iluminista estava na moda.
Utilizamos muitas vezes a noção de modernidade associada à de progresso. As raízes dessa comparação, talvez esteja no fato de que os desenvolvimentos científicos, juntamente com a idéia de liberdade e igualdade entre os homens, emanciparam o homem europeu da submissão as leis naturais e divinas.
O conceito de "pessoa" nesse período, passa a ser substituído pelo de "individuo", teoricamente assim todos os homens passaram a ter os mesmos direitos jurídicos. Essa substituição foi essencial para a propagação dos valores liberais, que tinha como uma das missões, inserir no plano econômico, o livre comércio.
Mudanças bruscas aconteceram no ocidente durante a modernidade, principalmente nos planos culturais, artísticos, econômico, religioso, político. Talvez esse seja o fator que nos faz associá-la sempre a idéia de ruptura e de novidade.

Grupo:
Jean Pierre Pierote
Lívia Nunes
Carolina Soares
Angélica Queiroz

O Moderno


Mário Chiattone. Construção para a Metrópolis Moderna.1914.

Muitas pessoas, quando iniciam seus estudos nas artes, tendem a confundir os significados das palavras moderno, modernidade e modernismo, visto que comumente não são passíveis de definições fixas, estando sempre sujeitas a modificações e alterações. Mas os significados destas nomenclaturas são realmente diferentes.

Moderno é o termo usado para indicar algo que é contemporâneo à época da produção. Empregado inicialmente na modernidade (Idade Moderna), esse termo foi muito utilizado para indicar o modernismo (a maneira modernista) e ultrapassou os limites de seu tempo, sendo ainda hoje bastante comum (na nossa contemporaneidade). Isso porque considera-se como moderno tudo que se oponha ao antigo.

A perspectiva moderna começou a se desenvolver quando o conhecimento e a arte se entrelaçaram com o conhecimento científico. Ou seja, algumas obras do período moderno e outras do período contemporâneo podem ser julgadas como modernas, pelo simples fato de simbolizarem o que é presente e atual (em relação ao tempo e ao espaço de sua produção). Da mesma forma é possível determinar algumas outras obras feitas nestes mesmos períodos como não-modernas, por serem retrógradas.

Como entendimento de moderno, tem-se a assimilação de trabalhos que contenham uma nova abordagem, com rompimento de padrões e regras artísticas. Isto é, o abandono de uma arte literal e acadêmica, rumo a novas visões, mais abstratas e menos figurativas. Assim sendo, pode-se resumir o moderno como a representação de “uma atitude específica para com o presente”.

BIBLIOGRAFIA:

ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. 10ª Edição. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
STANGOS, Nikos. Conceitos da Arte Moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

GRUPO:
Ana Carolina A. de Castro
Cristiane Fernanda de Jesus
Eliane Apolinária Alves

Moderno, Modernidade e Arte Moderna


James Ensor (1860-1949). A entrada de Cristo em Bruxelas, 1889. Óleo sobre tela, 250 X 434cm. Museu Real de Belas Artes, Antuérpia.

MODERNO

Francis Frascina no seu livro Modernidade e Modernismo, diz que poderemos empregar a palavra Moderna de forma bastante vaga para significar do presente, ou do que é atual. Neste sentido informal, ela se refere ao que é contemporâneo e é definida por sua diferenciação em relação ao passado.
Moderno não significa apenas o presente, mas representa uma atitude especifica para com o presente.
Aplicado a Arte, o termo Moderno pode designar um período da História, e pode ser usado para discriminar entre diversos tipos de arte produzidos neste período. Destacando em alguns pintores o direito de serem chamados modernos.
Segundo Baudelaire, o Moderno na Arte está relacionado a uma experiência que encontra sempre em transformação, que não permanece estático.
Termo reivindicado a partir do Renascimento, movimento intelectual e artístico originário na Itália no século XIV e difundido pela Europa nos séculos seguintes. Para os Iluministas, o Renascimento lançou as bases de uma nova civilização ocidental, buscando na herança greco-romana o modelo de homem, arte e sociedade, descartando-se os valores da sociedade medieval, cristã e agrária. Sociedade que não atendia as novas concepções presentes no espírito de criatividade, engenhosidade e aventura do homem moderno, desbravador de novos mundos pelos oceanos distantes, objetivando a Europa como centro irradiador dessas transformações em nome da razão e do progresso.

MODERNIDADE

Modernismo ou Modernidade, estado ou qualidade do que é Moderno.
O termo Moderno e Modernidade não são possíveis de definição fixa, são relativos e sujeitos a mudanças históricas. Isso se levarmos em conta as circunstâncias que, numa referida época significou ser Moderno.
Modernidade é definida como sendo um termo utilizado para articular um senso de diferenciação com relação ao passado, e descrever uma identidade peculiarmente moderna.
Baudelaire define-a como sendo o transitório, o fugidio, o contingente, a metade da arte, cuja outra metade é o eterno e o imutável.
No contexto da historia da Arte, o Modernismo, também assim designado, foi um conjunto de movimentos culturais que permearam as artes na primeira metade do século XX.
Tenta resgatar a pintura da condição de inferioridade e não atualidade em que se encontrava. Baseando na idéia de que as formas ditas tradicionais das artes plásticas tornaram-se ultrapassadas e que se fazia fundamental abandoná-las e criar nesse lugar uma nova concepção do que seria Arte.
A essência do pensamento modernista argumentava que novas realidades do século XX eram permanentes e iminentes, e que as pessoas deveriam se adaptar a suas visões do mundo a fim de aceitar que o que era novo era também, bom e belo.


ARTE MODERNA


A Arte Moderna nasce de uma ruptura de poéticas opostas e complementares da arte clássica e romântica, sugerindo ao artista de seguir a realidade, libertando as suas percepções de quaisquer preconceitos ou convencionalismo, para manifestá-la em sua plenitude de ação cognitiva.
A arte dita moderna aparece no circuito da historia da arte como uma contestação a arte acadêmica, dos salões oficiais, e de orientações realistas recusando os hábitos de ateliê, de dispor e iluminar os modelos, dando um total desinteresse pelo objeto e preferência pela paisagem e natureza morta.
A Arte Moderna, antes de tudo, elimina todas as influências de uma arte sobre outra.
O artista moderno defende a arte como sendo autônomo e despojado de elementos estranhos a eles, buscando uma lógica de representação e de uma funcionalidade puramente social da arte. Por conseguinte, desenvolvimento dos gêneros mais apropriados para a análise da realidade natural e social, recusando a retórica figurativa Barroca e da função comemorativa tradicional da figuração alegórica e histórico- religiosa.
Requer nesse sentido, uma autonomia e especialização profissional dos artistas.
A Arte Moderna é o marco de uma revolução artística - REALIDADE E CONSCIÊNCIA...


Érika Ramos
Licenciatura em Artes Visuais

Arte Moderna


Henri Matisse.Alegria de viver,1905-1906.Óleo s/ tela. Barnes Foundation, Lincoln University, Merion, PA, USA.

Arte Moderna. Sob essa denominação podem ser considerados, de forma genérica, os variados movimentos artísticos que surgiram do início a metade do século XX, principalmente na Europa. Muitos não chegaram a se organizar enquanto escolas com manifestos e programas, mas outros apresentavam objetivos e teorias definidas previamente. Apesar da variedade de propostas plásticas e teóricas, o diálogo entre estes movimentos era inevitável seja na forma de confronto, ou enquanto influência estética. A grande proximidade com a literatura, cinema e outras manifestações artísticas aumentou a preocupação com os conceitos, as teorias e as idéias que condicionavam e predefiniam a natureza do próprio objeto de arte. O envolvimento político e social de muitos movimentos da arte moderna também refletia a necessidade de compreender as mudanças pelas quais o mundo estava vivendo, como as experiências da 1ª e da 2ª Guerra Mundial, a industrialização e urbanização das cidades, os avanços da técnica e da ciência, o progresso social e as revoluções populares. Esses temas fizeram-se presentes de forma mais direta em algumas vanguardas, enquanto em outras optou-se pela pesquisa da plasticidade e de novas formas de expressão.
A arte moderna acompanhou as mudanças inicialmente propostas pelo Impressionismo e a partir deste ponto assumiu uma posição crítica em relação às convenções artísticas acadêmicas, aos temas oficiais e à própria maneira de se representar a realidade. Entre as variadas linguagens que surgem sob a denominação de arte moderna existia um eixo comum que questionava a representação ilusionística da realidade ao tentar impor a tridimensionalidade ao plano da tela. Esta nova percepção inaugurou o espaço moderno na pintura e a pesquisa aprofundada das cores em seus tons puros, a fragmentação dos objetos e planos, a deformação das figuras e a abstração das formas. A experimentação passou a ser um método de trabalho tanto para as tendências mais "racionalistas" da arte moderna, quantos as "irracionalistas". Devido as especifidades da arte moderna e a multiplicidade de representantes, optamos por uma síntese de cada movimento com seus principais atuantes.

Fauvismo - grupo de artistas sob a liderança de Henri Matisse (1869-1954) que exploravam as possibilidades das cores em seus tons puros e fortes, sem sombreados, fazendo salientar os contrastes, com pinceladas diretas. A temática não é relevante, não tendo qualquer conotação social ou política. Teve presença marcante na França entre 1905 e 1907 e impacto nas tendências expressionistas.
Artistas: Henri Matisse (1869-1954); André Derain (1880-1954); Maurice de Vlaminck (1876-1958).

Expressionismo - tendência de arte que se desenvolveu na Alemanha, entre 1905 e 1914. Fazia oposição ao impressionismo francês e defendia a expressão que se manifestava do artista para realidade. Vários grupos apresentaram influências expressionistas, mas o mais conhecido foi o Die Brücke ('A Ponte'), criado em 1905 em Dresden. Este grupo definiu os procedimentos e fundamentos do expressionismo alemão. Após os anos 50 é nos Estados Unidos que se encontrará influência deste movimento com o expressionismo abstrato.
Artistas: Vincent van Gogh (1853-1890); Paul Gauguin (1848-1903); Edvard Munch (1863-1944); Georges Rouault (1871 – 1958); Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901).

Cubismo - movimento artístico que tem como marco inicial 1907 quando Pablo Picasso apresentou seu quadro Les Demoiselles d'Avignon, em Paris. O cubismo promove a recusa da arte como imitação da natureza e propõe novas formas geométricas para se visualizar a realidade tendo como objetivo fundamental capturar a estrutura dos objetos, a simplificação das formas, dissociando-as do real.
Este movimento dividiu-se em duas fases: cubismo analítico (1909-1912) com o foco na decomposição dos objetos e planos e no monocromatismo; e cubismo sintético (1912-1913) no qual elementos estranhos à pintura são incorporados às telas criando as colagens.
Artistas: Pablo Picasso (1881 - 1973); Georges Braque (1882 - 1963); Juan Gris (1887 - 1927).

Construtivismo
 - movimento de vanguarda com base na Rússia que trata a pintura e a escultura como construções, estabelecendo grandes conexões com a arquitetura em termos de materiais, procedimentos e objetivos. Diretamente influenciado pela revolução de 1917 na Rússia, o movimento discutiu profundamente o papel social da arte e sua produção concreta para sociedade.
Artistas: Vladimir Evgrafovic Tatlin (1885 - 1953); Alexander Rodchenko (1891 - 1956).

Surrealismo - o termo surrealismo, cunhado pelo poeta André Breton, apareceu no primeiro manifesto do grupo, em 1924, no qual defendiam a valoração do mundo dos sonhos, do irracional e do inconsciente para a produção das obras. Movimento amplo que envolveu literatos, cineastas e fotógrafos e que reforçava o imaginário, os impulsos ocultos e o caráter anti racionalista com base em leitura livre das teorias de Sigmund Freud.
Artistas: René Magritte; Joán Miró; Salvador Dalí; Alexander Calder; Hans Arp (1886-1966).

Dadaísmo - movimento artístico que não procurou estabelecer programas de ação nem estilos específicos. Tratava-se de uma crítica cultural mais ampla aos modelos e valores culturais e sociais anteriores. Suas manifestações eram pautadas pela desordem, escolhas aleatórias, choque e escândalo. Sua criação data de 1916 quando da criação do Cabaré Voltaire, em Zurique, espaço para as manifestações artísticas variadas. Ficou mundialmente conhecido pelos ready-made de Marcel Duchamp com os quais proferiu uma forte crítica ao sistema da arte.
Artistas: Francis Picabia (1879); Marcel Duchamp (1887-1968); Man Ray (1890-1976).

Suprematismo - movimento russo de arte abstrata, surgiu por volta de 1913 tendo como principal representante o pintor Malevich e o poeta Maiakóvski. Defendiam a pesquisa profunda da estrutura da imagem com o intuito de se alcançar a “forma absoluta” através de formas geométricas básicas associadas a uma pequena variação de cores. Em 1918, Malevich declara o fim do movimento por esgotamento do projeto inicial.
Artista: Kazimir Malevich (1878-1935).

Neoplasticismo - movimento associado às novas propostas plásticas de Mondrian e Doesburg apresentadas pela revista De Stijl (O Estilo) criada pelos dois artistas holandeses em 1917. Buscavam uma nova forma de expressão baseada em elementos mínimos como a reta, o retângulo e as cores primárias, além do preto, branco e cinza. A redução da plasticidade rejeitava os princípios da tridimensionalidade no espaço pictórico, as linhas curvas e as texturas. A revista e o movimento deixa de existir oficialmente em 1928.
Artistas: Piet Mondrian (1872-1944) e Theo van Doesburg (1883-1931).

Futurismo - surgiu como movimento literário a partir do manifesto escrito em 1909 pelo poeta Marinetti, mas logo recebeu adesão de artistas e outros intelectuais. De raiz fortemente italiana o futurismo colocava-se contra o passado burguês e tradicional, glorificando o mundo moderno, a ciência, a técnica, a velocidade, a máquina e os meios de comunicação como o cinema. De forte aspecto político esteve associado também ao fascismo e ao nacionalismo. A pesquisa do movimento e o dinamismo são elementos marcantes das obras deste grupo.
Artistas: Umberto Boccioni (1882 - 1916); Luigi Russolo (1885 - 1947).

Abstracionismo - movimento liderado por Wassily Kandinsky, surgiu em 1910 e defendia o uso de uma linguagem puramente abstrata, alcançando ritmo e dinamismo através da cor e das formas. Uma expressão artística tipicamente não-figurativa, sem a busca por uma representação da realidade como é vista.
Artista: Wassily Kandinsky (1866-1944).

Arte moderna no Brasil

A arte moderna no Brasil tem como marco simbólico a Semana de 1922, realizada em São Paulo. O evento foi organizado por intelectuais e artistas por ocasião do Centenário da Independência e declarava o rompimento com o tradicionalismo cultural na literatura, na música e nas artes plásticas. As discussões sobre uma renovação artística vinha de antes deste evento com exposições isoladas de artistas brasileiros, mas convencionou-se considerar o ano de 1922 como marco principal dessa emancipação artística. Entre os participantes da Semana de Arte Moderna estavam os artistas Anita Malfatti (1889 - 1964), Di Cavalcanti (1897 - 1976), John Graz (1891 - 1980), Vicente do Rego Monteiro (1899 - 1970), Victor Brecheret (1894 - 1955) entre outros.
Entretanto, apesar do contato direto de muitos artistas brasileiros com as vanguardas européias, nesse momento, não se tratava de inovações significativas para arte brasileira. Novas expressões artísticas surgiram, principalmente a partir de 1930, associadas a um interesse pelas temáticas nacionais e por nosso passado cultural e social. Os artistas influenciados pelas vanguardas e por esse momento cultural nas principais cidades do país estabelecem estilos próprios não se enquadrando especificamente em nenhum dos movimentos da arte moderna.



Referências bibliográficas


GOMBRICH, E.H. A História da Arte. Rio de Janeiro: LTC. p. 535-536.
STANGOS, Nikos (org.). Conceitos da arte moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.
TASSINARI, Alberto. O espaço moderno. São Paulo: Cosac e Naify, 2001. p. 34-38.


Grupo:
Bárbara Lopes
Laiz Galvão
Renata Siquieroli
Tatianny Leão Coimbra

DOMINGO, 15 DE NOVEMBRO DE 2009

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TERÇA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2009

Arte Moderna - Vanguardas Artísticas

As enormes modificações que a tecnologia e a fabricação em massa, que se avolumaram com a crescente urbanização geral das sociedades durante o século 19, não podiam deixar de afetar as artes. O próprio movimento de secularização do estado e da sociedade, iniciado com a Revolução Francesa de 1789 e aprofundado com a Revolução de 1848, fez com que novos rumos temáticos e estéticos fossem buscados pelos artistas e pelos literatos. Primeiro os pintores e, em seguida, os escultores, sentiram-se profundamente afetados pela invenção da fotografia (1839), que logo passou a dominar os mais amplos campos da realidade: do retratismo à paisagem.

Salvador Dalí- Desnudo en un paisaje, 1922-1923

O trajeto da arte moderna no século XIX acompanha a curva definida pelo romantismo, realismo e impressionismo, o rompimento com o “passado” primeiramente surgiu com o Movimento Impressionista, numa época em que a fotografia se expandia, a arte já se mostrava defasada, redundante, os artistas saíram dos ateliês rumo às ruas, para retratar pessoas comuns em seu dia a dia nos parques, nos cafés, rompendo com os conceitos acadêmicos, tanto com a temática quanto com a forma, desta nova forma de se fazer arte que a arte moderna emergiu, levantando a idéia que persiste ate os dias de hoje, de que INOVAR é essencial, fazendo da aversão ao passado o seu preceito fundamental.

Wassily Kandinsky. Gorge improvisation, 1914. Óleo sobre tela.

O Modernismo se entendia como essa negação ao academicismo, buscando novas formas de se fazer arte, de se trabalhar com as cores, simetria, volume etc. distanciando assim cada vez mais da perfeição representativa da arte clássica. Dentro desse movimento modernista surge a Arte Moderna, o termo engloba os movimentos de vanguardas artísticas do inicio do século XX, futurismo, cubismo, expressionismo, suprematismo, construtivismo, dadaísmo, surrealismo, etc. até meados da década de 60.
A arte moderna se concentrava menos na realidade visual externa e mais na visão interna do artista, a arte do inicio do século XX não apenas decretou que qualquer tema era adequado, como também libertou a forma e a cor da obrigação de representarem com exatidão os objetos.

Fovismo

O primeiro movimento importante de vanguarda foi o fovismo mesmo durando apenas quatro anos. “O fovismo não é tudo, é apenas o começo de tudo” comentou Matisse, um dos mestres do fovismo. O movimento nunca se nomeou um movimento, embora os artistas como, Derain, Vlaminck, Rouault, Braque, Dufy trabalhassem juntos e tivesse Matisse como seu porta-voz. Os fovistas buscavam cores vibrantes, que expressassem os sentimentos diante das imagens, sem a obrigatoriedade de serem fiéis as cores reais.

Matisse, Harmony in Red- 1908

Matisse fora um dos principais artistas da arte moderna, libertando o uso das cores, ele dizia que a cor deveria expressar nossas próprias emoções, Matisse buscava reter apenas as qualidades essenciais do tema, em seus últimos anos fora tomado pela artrite, doença que o impossibilitou de continuar pintando, então ele se dedicava a recortar formas imaginarias em papel colorido para fazer enormes e alegres colagens, em suas colagens Matisse manteve o que mais valorizava em suas pinturas, as cores vivas e uma forma simplificada quase “minimalista”.

Maurice de Vlaminck, Tugboat on the Seine, Chatou, 1906

Vlaminck era um dos fovistas mais extremos, excessivo, exaltado e com uma tremenda vontade de revolucionar, era fortemente apaixonado e influenciado por Van Gogh, juntamente com Derain, passou a esguichar tinta do tubo diretamente na tela, formando grossas camadas que eram espalhadas com espátulas.
Derain foi uma figura importante no fovismo e um dos percussores do cubismo. Outros artistas fovistas Dufy e Rouault também usavam das cores fortes, porém o primeiro pintava imagens alegres, festas em jardins, corridas de cavalo, enquanto o segundo se diferenciava dos demais fovistas, por pintar imagens cheias de sofrimento e dor.

. Dufy.

Cubismo

Quase que paralelamente ao fovismo, surgiu um dos principais pontoxs da arte no século XX, o Cubismo, foi Matisse quem nomeou o movimento, ao ver uma paisagem de Georges Braque, Matisse afirmara que não passava de “cubinhos” e o nome pegou.

Picasso. Guitar, 1912 Picasso: Guitar, 1924 

O Cubismo não era exatamente definido por cubinhos. Os artistas cubistas, Picasso, Braque, Gris e Léger, na verdade quebravam os objetos em pedaços. O cubismo se dividiu em duas fases, 
O Cubismo Analítico; onde as formas dos objetos eram analisadas, partidas em fragmentos espalhados pela tela, e o Cubismo Sintético;onde Braque e Picasso inventaram uma nova forma de arte denominada “colagem”, eles incorporavam letras de estêncil e recortes de papel as pinturas.

Georges Braque. Garrafa, jornal, cachimbo e copo, 1913.

Juan Gris e Fernand Léger também contribuíram significativamente para o cubismo sintético.
Manifesto Cubista;
(artigo: éditations esthétiques/Sur la pinture) (Apollinaire, Picasso, Braque Cézanne,Cendras, Cocteau) 1913: decomposição da estrutura clássica, representação da realidade pelas estruturas geométricas, em busca da verdadeira beleza. 

Pablo Picasso. As Meninas (1957).

Futurismo
Na década seguinte ao surgimento do cubismo, a Europa passava por extremas mudanças, a primeira guerra mundial, a revolução russa, e a tecnologia que se desenvolvia aceleradamente, neste contexto caótico os artistas buscavam novas formas de se expressarem diante dos fatos, surgindo movimentos como o futurismo e o construtivismo.
O Futurismo surgiu na Itália, inicialmente na literatura com Marinetti e logo invadiu o campo das artes, artistas como Umberto Boccioni, Giacoma Balla, Carlo Carrã, Luigi Russolo e Gino Severini buscavam reverenciar o novo, a revoloção tecnológica, as ferrovias, aviões, todo o movimento da vida contemporânea. 

Balla. The Dynamism of a Dog on a Leash, 1912

Os futuristas se mostravam hostis com a arte clássica, Boccioni ,líder do futurismo, traduzia bem as crenças de Marinetti, que julgava um carro em movimento mais belo que qualquer obra renascentista, Boccioni se voltou para as eculturas, almejava reviver a arte das esculturas, dar um novo sentido a elas, a sua obra “ Formas Unicas de Continuidade no Espaço” mostrava toda a força e dinamismo da vida moderna,

Boccioni.Formas Únicas de Continuidade no Espaço- 1913

Aos 34 anos Boccioni sofreu um acidente de cavalo e faleceu, não tardou e o futurismo também teve seu fim. 
Manifesto Futurista ;
(Marinetti, Maiakóvski) 1909: celebração do moderno quebra total com o passado (museus são antiquados, “urnas funerárias”) e com a mitologia. Culto à velocidade, ao avião, ao automóvel, ao movimento em geral.

Suprematismo

Outro pioneiro da arte abstrata foi Malevich, ele buscava liberar a arte do objeto, pintava quadrados flutuando sobre fundos brancos, e mais tarde, quadros branco sobre o branco, buscando simplificar tanto as cores como as formas ao estado mais puro.
Manifesto Suprematista; 



(Kassimir Malevitch, Maiakóvski) 1915: deposita na emoção a primazia suprema sobre qualquer outra consideração artística, seja de experiência psíquica ou real. Acolhe a natureza como "emoção não-cognitiva", e afirma a radicalização do abstracionismo geométrico.

K. Malevitch. Non-objective composition, 1915. Óleo .

Construtivismo

A pintura que elege formas geométricas puras como conteúdo, encontra suas raízes no Suprematismo. O Suprematismo evolui, modifica-se e recebe o nome de Construtivismo. O escultor russo Naum Gabo (1890-1977) destacou-se no Construtivismo russo e na Arte Cinética.

Naum Gabo. Construction in Space with Crystalline Centre 1938-40, Perspex and celluloid (Sa).

Derivado do Suprematismo era um movimento que vangloriava a vida moderna era o Construtivismo, surgido na Rússia, tinha como características a arte geométrica que refletia a tecnologia moderna. Por volta de 1914, Tatlin inaugurou a arte geométrica russa. Chamando a de arte abstrata e “construtivismo”, pois propunha construir a arte, Tatlin usava matérias industrializados., como vidro, plástico , metal, em composições tridimensionais, além de Tatlin , o construtivismo teve outros artistas como: Ilya Chashnik, Alexandra Exter, Naum Gabo, El Lissitzky, Antoine Pevsner, Lyubov Popova, Aleksandr Rodchenko, Olga Rozanova, Varvara Stepanova, Aleksandr Vesnin.



O Construtivismo marcou o fim de uma era brilhante. Em 1925, o Comitê Central do Partido Comunista saiu contra a abstração; em 1932 todos os grupos culturais foram dispersos, e em 1934 um novo estilo de propaganda do realismo social se tornou a única abordagem artística oficial da União Soviética.
Neo-plasticismo

O Neoplasticismo é um dos movimentos construtivistas do início do séc. XX. Sua característica é a busca de objetividade, é o desejo de declarar-se anti-individualista, e pretender a universalidade e a permanência. O holandês Piet Mondrian foi considerado o pai do Neoplasticismo.
Sua obra, de rigorosa disciplina geométrica, baseia-se no dualismo horizontal-vertical, no ângulo reto, no uso das cores primárias e dos tons preto, branco e cinza. A herança cultural de Mondrian e sua formação artística, influenciada por Georges Braque e Pablo Picasso, são elementos que determinam a abstração geométrica desenvolvida por Mondrian no Neoplasticismo. Mondrian procura, pesquisa e consegue um equilíbrio composicional, despojado de todo excesso de cor, linha ou forma. Nada deve ser supérfluo em sua obra, que terá grande influência na arquitetura moderna.

Piet Mondrian. Composition RYB.

Dadaísmo

O Dadaísmo fora fundado em Zurique, território neutro, em 1916 por um grupo de refugiados da I Guerra Mundial. O movimento que durou 7 anos parecia muitas vezes sem sentido, mas tinha como objetivo protestar contra a guerra, onde as atrocidades eram tamanhas que cultivar o absurdo não seria um “absurdo”. O dadaísmo saiu de Zurique e se expandiu pela França, Alemanha e Estados Unidos, buscando denunciar as loucuras do mundo, escandalizando e subvertendo os valores. 

Hans Arp: "Estojo de um Da", 1920 Kurt Schwitters: "Mz 26, 41. okola", 1926 
Madeira policromada, 27,5 x 39 cm Colagem, 17,5 x 14 cm

Entre os Dadaístas como Hans Arp e Schwitters, Marcel Duchamp foi de fato o mais importante, e uma das figuras mais influentes da arte moderna, inspirando diversos movimentos seguintes ao dadaísmo, Para ele a concepção da obra valia mais que o resultado final, sendo a idéia parte principal desta. Duchamp inventou uma nova forma de arte chamada ReadyMade, que usava objetos prontos para a concepção da obra de arte, seja em composições ou como no caso de sua mais polemica obra, um urinol de porcelana com a assinatura R. Mutt. Duchamp introduziu a idéia de que se um objeto é tirado de seu meio, e é colocado diante do espectador, perde sua característica usual para ser “arte”, mudando o conceito do que de fato pode ser considerado como arte.

Marcel Duchamp. Fonte. 1917.

Manifesto Dadaísta;
(Tristan Tzara, Franz Jung, Marcel Duchamp, Picabia e Man Ray) 1919: "Dadá é o diluvio após o que tudo recomeça"; o que havia era a guerra, o nada. O artista devia produzir uma antiarte, uma antiliteratura.

Surrealismo

Manifesto Surrealista;
(Andre Breton, Louis Agarro, Aratu, Paul Enludra, Salvador Dali e Luís Buñuel) 1924: influencia da psicanálise de Freud. Ênfase nos sonhos, e nas hipnoses. Exploração do inconsciente, do sonho, do fantasioso.
Derivado do movimento dadaísta surge o surrealismo, que floresceu na Europa e Estados Unidos, nas décadas de 20 e 30. 

Max Ernst. Celebes. 1921.

O movimento iniciou na literatura, promovido por André Breton, influenciado pelas teorias de análise de sonhos freudianas. Logo tanto poetas como pintores começaram a fazer experiências com o automatismo - uma maneira de criar sem controle consciente - para despertar o imaginário inconsciente. O surrealismo buscava ir além da realidade, chegando ao irracional, ao fantasioso, ao bizarro que não era entendido por meio da lógica.

Miró. Carnical of Arlequin, 1924.

Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
O movimento se dividiu em duas vertentes, uma que seguia a arte improvisada, o automatismo, como no caso dos pintores Miró e Max Ernst e outra que usava de técnicas rigorosamente realistas para expressar cenas alucinatórias, como no caso de Salvador Dalí e René Magritte.
De fato todas as pinturas surrealistas desafiavam o senso comum, imagens de submundos psíquicos, fantasiosas, ininteligíveis que iam além da razão, promovendo uma atenção mental extra no expectador.





O Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) é uma instituição ligada ao ensino, à pesquisa e à extensão universitária, voltado à produção artística nacional e estrangeira. Com sede no campus central da Universidade de São Paulo, além de seu espaço histórico no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, constitui um importante centro de pesquisa e de formação educacional.

História


Antecedentes

A criação do Museu de Arte Contemporânea da USP encontra-se ligada à história da primeira coleção especializada em arte moderna da América Latina, a do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e, por conseguinte, à instituição da Bienal Internacional de Arte de São Paulo. Fundado em 1948 por Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo Matarazzo, o Museu de Arte Moderna de São Paulo surge em um contexto de expansão industrial e de acelerado processo de metropolização. Nesse cenário, o mecenato privado – sobretudo o de Ciccillo e de Assis Chateaubriand (fundador do Museu de Arte de São Paulo) – cumpre papel decisivo na criação de diversas instituições culturais do período. No campo das artes visuais, o MAM/SP e a Bienal expressam a atenção despertada pelas novas tendências construtivas na arte.
Reivindicação antiga de artistas e intelectuais, como Mário de Andrade e Sérgio Milliet, o projeto de um museu dedicado à Arte Moderna no Brasil tem por modelo o Museum of Modern Art (MoMA) de Nova Iorque (1929) e sua tentativa de articulação das diferentes artes: cinemateatro e artes visuais. Com o apoio de Nelson Rockfeller (responsável por uma importante doação de obras feita ao MAM/SP em 1949), Carlos Pinto Alves e Alberto Magnelli, Ciccillo consegue ampliar a coleção, contando para isso com o auxílio técnico do crítico belga Leon Dégand, primeiro diretor da instituição. A criação da Bienal Internacional de São Paulo cumpre importante papel na ampliação do acervo: as obras premiadas nas mostras internacionais realizadas a partir de 1951 são incorporadas à coleção do museu, até 1962, quando ocorre a separação jurídica entre as instituições.
Os sucessivos conflitos entre a diretoria - ávida por autonomia - e Ciccillo, além da excessiva ligação do museu à Bienal (que fez dele quase um apêndice desta), levaram o empresário a decidir unilateralmente pela extinção do MAM, em 1962, e a efetivar a doação de seu acervo à Universidade de São Paulo no ano seguinte. Amigo do reitor da universidade, Ulhôa Cintra, Ciccillo havia recebido deste a promessa de que o acervo ganharia uma sede própria no campus da Cidade Universitária. Os membros do conselho recorreram judicialmente da decisão de Ciccillo e tentaram recuperar, em vão, o patrimônio da instituição. Conseguiram, no entanto, reaver a personalidade jurídica do MAM/SP. Passam a organizar exposições pela cidade até que, em 1969, o museu retoma suas atividades regulares em sua nova sede, na marquise do Parque do Ibirapuera.

Histórico


Amedeo Modigliani (italiano, 1884-1920). Auto-Retrato, 1919. Óleo sobre tela, 100 x 64,5 cm.
O Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo é instituído em 8 de abril de 1963. Além das obras transferidas do Museu de Arte Moderna de São Paulo, somam-se ao seu acervo as obras advindas das coleções particulares de Ciccillo Matarazzo e de sua esposa, Yolanda Penteado, bem como a doação de obras internacionais realizada pela Fundação Nelson Rockfeller e os Prêmios das Bienais Internacionais de São Paulo. Concomitantemente, parte do antigo museu e de sua história migra para a universidade, o que confere a ele feições particulares associadas ao caráter da instituição que o acolhe. Entre outras coisas, observa-se o destaque, a partir de então, ao caráter educacional e formador do MAC, dirigido por professores universitários.
Posteriormente, juntam-se ao núcleo primário o espólio de Yolanda Mohalyi (com 26 obras da artista) e a coleção Theon Spanudis (364 obras, entre as quais um grande número de trabalhos construtivos posteriores à década de 1960). Em sua fase inicial, o museu funciona no terceiro andar do Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera, onde são realizadas as Bienais.
A herança das obras-primas amealhadas pelo MAM/SP fez com que o novo museu logo ganhasse destaque na América Latina e espaço nas discussões sobre os rumos das artes no século XXWalter Zanini, primeiro diretor do MAC, assumiu pouco antes do golpe militar de 1964. Em tempos de intensa repressão política, Zanini foi o responsável por fazer do MAC um fórum do pensar e do fazer artísticos. Vários trabalhos expostos no museu refletiam a presença militar no cotidiano, ocasionando ameaças freqüentes dos órgãos repressores institucionais. As administrações posteriores de Wolfgang Pfeifer (1978-1982), Aracy Amaral(1982-1986) e Ana Mae Barbosa (1986-1990) foram de grande importância na definição dos novos rumos da instituição.
Investido das atribuições recorrentes ao fato de se posicionar como um museu da arte do nosso tempo, o MAC serviu de laboratório à primeira experiência museológica brasileira voltada à produção contemporânea. Ela se afirmou em meados dos anos de 1960, no exato momento em que se projetava internacionalmente a discussão sobre mudanças que estavam ocorrendo na arte, ocasião em que se discutia a re-conceituação dos seus paradigmas.
O MAC USP projetava já nesse momento, ações e exposições que mostravam a arte contemporânea ao público. A incorporação de obras fundamentadas na experimentação de novas linguagens e no uso de novos meios foi a base do crescimento do acervo, nas décadas posteriores à sua fundação. A contemporaneidade será a marca principal das décadas de 70 a 90, quando as doações de obras realizadas pelos próprios artistas colocaram-se como fator principal para a atualização e ampliação qualitativa do acervo do museu.
O ano de 1985 marca o começo da construção da sede definitiva do MAC, na Cidade Universitária. O projeto original foi elaborado pelos arquitetos Paulo Mendes da Rocha e Jorge Wilheim em 1975, mas com o início dos trabalhos, foram descobertas limitações técnicas que impossibilitaram a continuação da obra, fazendo com que a direção do museu optasse por um segundo projeto, inaugurado em 1992. Recentemente, o edifício-sede do MAC passou por ampla reforma, provendo o edifício de equipamentos de segurança e conservação mais modernos e conferindo uma nova disposição ao espaço expositivo da instituição.
A condição de museu universitário confere ao MAC/USP características diferenciadas em relação às instituições congêneres. O museu conta com um corpo permanente de docentes e pesquisadores que desenvolvem pesquisas científicas nas diversas áreas de atuação do museu, resultando em amplo acervo de publicações e expertises. Também oferece cursos de extensão universitária, de graduação e de pós-graduação aos estudantes da USP, de instituições conveniadas e à comunidade em geral.

Arte contemporânea


Amílcar de Castro (brasileiro, 1920-2002). Sem Título, 1985. Aço, 110.0 x 250.0 x 250.0 cm.
O período do pós-guerra torna-se um terreno fértil para o surgimento de novas experiências estilísticas e para a reconfiguração dos temas e objetos de análise no campo das artes visuais. A diversificação e a profusão de estilos e valores levam à incorporação de questionamentos bastante diversos das rupturas propostas pelos movimentos de vanguarda do período anterior. Esta tendência, iniciada na década de 50, torna-se mais evidente já no decênio seguinte. O abstracionismo mantém sua relevância como corrente estilística na arte contemporânea. Entre seus representantes, destacam-se, no acervo do MAC, Pierre Soulages,Luciano MinguzziSimon BenetonAlfred Leslie e Jean Otth. A produção surrealista pós-moderna se faz presente nas obras de Joan PonçEduardo PaolozziAlan Davie e, sobretudo, Antoni Tàpies (Ásia, 1951).
A pintura pós-abstrata tem em Frank Stella um de seus principais teóricos, presente na coleção com o grande painel The Foundling n#6. Representando o figurativismo pós-moderno, Arthur Osver se ocupará das críticas ao mundo contemporâneo. Victor Vasarely, historicamente ligado ao abstracionismo geométrico, faz as primeiras incursões sobre a Op Art (Chillan, 1951). Emilio Vedova, único nome italiano da Action Painting, também marca presença na coleção (Protesto dos Condenados de Sevilha). A sociedade de consumo e o cotidiano são temas que irão permear as obras de Claes OldenburgRobert Rauschenberg eModest Cuixart, representantes da pop art.
A exploração de suportes diferenciados e a reestruturação do próprio conceito de arte levam os artistas contemporâneos a uma permanente experimentação de novas formulas estéticas. César Baldaccini dá continuidade aos estudos de ready made iniciados com o Dadaísmo na obra Expansão Controlada, e Jean Tinguely irá imprimir na sua produção os conceitos recém-formulados da Arte Cinética. O casal Christo e Jeanne-Claude segue as tendências do novo realismo. Performancesinstalações e a arte multimídia também ganham representatividade por meia das obras de David SalleKrysztof WodiczkoChihiro Shimotani eSusumu EndoKenny Scharf destaca-se ao alçar o grafite à condição de arte (Cidade Grande). Merecem destaque ainda Sofu Teshigahara, com esculturas inspiradas na arte japonesa da ikebanaAntonio Segui, com obras figurativas de carga fortemente expressionista; os escultores León Ferrari e Eduardo Diaz Yepes; além de Joseph BeuysRicardo MartinezEduardo VillamizarRoman OpalkaNelson RamosHeiner KielholzFelipe Ehrenberg e Luiz Fernando Peláez.
Como decorrência da II Guerra Mundial, também no Brasil observa-se uma crescente internacionalização das tendências artísticas. O figurativismo e a temática regional, que haviam marcado a produção das décadas anteriores, abrem espaço para as tendências contemporâneas. Desta fase, destacam-se as obras dos abstracionistas Samson FlexorLuiz SacilottoHermelindo FiaminghiWaldemar CordeiroWillys de CastroHércules Barsotti e Lothar Charoux e dos neoconcretos Lygia ClarkHélio OiticicaFranz Weissmann e Amílcar de Castro.
A partir da V Bienal de São Paulo (1959), as tendências abstracionistas e neoconcretas passam a dividir o espaço artístico nacional com o tachismo, uma diluição do expressionismo abstrato norte-americano. Desta corrente, o MAC possui obras relevantes de Manabu Mabe (Equador nº 2), Tikashi Fukushima e Flávio Shiró. Dentre os grandes expoentes das artes gráficas no período, destacam-se Anna Letycia e Marcelo Grassmann.
Na década de 60, ao lado de tendências já estabelecidas, como o expressionismo abstrato e o concretismo – expressos no acervo do museu pelas obras de Iberê CamargoMaria LeontinaYolanda MohalyiTomie Ohtake e Arcângelo Ianelli –, florescem outras correntes que buscam romper com as características convencionais da pintura de cavalete, como a Nova Objetividade (fortemente influenciada pela pop art norte-americana), dando origem aos happenings e assemblages. Dentro desse movimento, há várias obras de Nelson LeirnerGeraldo de BarrosArtur BarrioAntônio DiasJosé Roberto AguilarCláudio TozziWesley Duke LeeCildo MeirelesAntonio Henrique AmaralTomoshige Kusuno e Anna Bella Geiger.
Na década seguinte, a arte brasileira radicalizaria as pesquisas em busca da liberdade expressiva e do tratamento de temas específicos do mundo contemporâneo. Em conseqüência disso, surgiria a arte conceitual, caracterizada pela realização deinstalaçõesperformances e videoarte. Destacam-se no período Luiz AlphonsusMario Cravo NetoIole de Freitas e Julio Plaza. Paralelamente, firmam-se no cenário nacional artistas que, mesmo operando com suportes tradicionais, radicalizam o sentido contemporâneo da obra e do fazer artístico, como José ResendeCarlos FajardoWaltércio CaldasLuiz Paulo BaravelliMira SchendelIvald Granato.
A partir da década de 80, com o processo de restauração democrática no Brasil, inicia-se uma produção de caráter híbrido, trabalhando com elementos herdados da tradição moderna e aquisições obtidas através das pesquisas de linguagem. Destacam-se Jorge Guinle FilhoDaniel SeniseÂngelo Venosa, José Leonilson, Leda CatundaNuno RamosCarlito Carvalhosa e Marco Gianotti.